segunda-feira, 21 de março de 2016

Eu acordei e vi que o vermelho nem sempre combina comigo... Estou duas vezes pior que ela. Que merda


Tempo

Tempo de estar em casa, refazer os meus planos e reconstruir alguns alicerces. Pelo resultado da praia de ontem, já vi que não ando num bom momento. Estar com queimadura na pele para uma pessoa sequer gosta ou pode tomar sol é sinal que algo não esta legal.  Aliviada por não ter bebido uma gota de álcool, pois o resultado poderia ser ainda pior.

Eu vou me resguardar , ficar quietinha, e deixar que o tempo cure todas as cicatrizes... 


ótimo conselho da Doutora maluquinha


Durante o expediente de sábado, eu não me senti muito bem, então fui falar com a Doutora a fim de que ela me receitasse algum remédio.
Fui a sua sala, no entanto para minha sorte durante o percurso, eu a avistei quando passando rapidamente no corredor. Como de costume, eu tentava falar e ela sequer se virava para ouvir,  continuando sua trajetória acelerada e apenas pediu que eu fosse falar com ela na hora do almoço...

Chegada a hora do almoço, eu fui em sua sala. Quando cheguei fiquei diante da seguinte cena: lá estava ela sentada diante de uma mesa cheia de papeis bagunçados, nem sequer levantou o olhos, apenas me mandou sentar e descrever o que sentir...  Eu estava sem palavras, fui descrevendo lentamente enquanto pensava que aquela senhora sempre foi uma incógnita para mim. Nós trabalhávamos juntas há 4 anos e eu  nada sabia dela. Ela era peculiar, eu sempre a observava em seus pequenos hábitos estranhos, entre eles:  não conversava com os outros, falava sozinha pelos corredores, caminhava sempre rapidamente pelos corredores para fazer seu trabalho, nunca nos dava a chance de falar com ela vagarosamente e olhando em seus olhos, como tendo a ser habitual numa conversa... era ao contrário, era sempre eu correndo atrás dela perguntando as coisas e ela respondendo com poucas palavras... Nunca me pareceu uma pessoa antipática, e sim, uma pessoa extremamente tímida. 

Logo, eu estava sentada diante dela, um pouco apavorada e meio incrédula que ela fosse me ouvir. Eu falei os sintomas. Ela respondeu com diversas palavras que eu sequer sabia, mas supunha que eram princípios ativos de medicamentos.

Ainda de cabeça baixa e olhando apenas para o receituário, ela me perguntou quando iria embora, eu confesso que fiquei um tanto surpresa com a pergunta. Eu respondi... Então daí começamos a conversar sobre concurso e escolhas. Eu falei que estava confusa e não sabia muito bem que direção tomar, ela parou e me olhou...E disse: continue estudando, vc vai chegar onde quiser, não tenha pressa. E citou parte dessa passagem bíblica: 

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar  o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afasta-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guarda e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.

Depois daquela conversa, eu fiz questão de buscar o texto todo para entender melhor o que ela quis me dizer...

Hoje, estou surpresa e agradecida pelo conselho, pois encaixa-se perfeitamente nos meus dias atuais...



Ontem

Estou colhendo hoje a burrice de ontem. Bem, essa frase é perfeita para me definir. Parece que eu não me canso de fazer merda e escolhas ruins. Ontem, eu convidei uma amiga que há longos anos não via para ir a praia... Ela prontamente aceitou, então confirmado e combinado tudo, saímos bem cedinho de casa e fomos parar em Mangaratiba. 

A verdade e que estávamos meio que sem rumo... Não sabíamos qual a praia e nem como chegar, logo acabamos parando na pior praia de Mangaratiba: a praia do saco. Nem sei se posso chamar aquilo de praia, um lugar muito feio, a água com aspecto de sujeira, quiosque vazios e uns poucos malucos na areia. Fiquei espantada com aquela visão...

Literalmente fugimos dali apressadas...

Finalmente as 11 horas chegamos a praia de Conceição de Jacareí. Bom, ao chegar naquele lugar muitas lembranças bailaram em minha mente. Eu que já havia passado quase toda a viagem contando pequenos flashes das historias com a minha ex, tive um dejavu ao pisar na areia, pois a algumas semanas antes eu havia estado naquele lugar com ela... Logo, tudo me fazia dela. Sabe, aquelas pequenas coisas de colocar a canga, os assuntos que falamos, o que bebemos e tantas outras coisas... tudo tinha um pouco dela. Apesar da minha amigar sem bem paciente e legal, sem minha ex ali, tudo me parecia um tanto chato... 

Sabe qual foi o efeito disso, eu não parava de falar dela e de tudo que acontecera com a gente. Infelizmente, o assunto ex namorada nunca acabava e minha amiga, por gentileza ou educação, sequer me interrompia. Muito pelo contrário, em alguns momentos até me indagava alguns pontos. O que me fazia falar ainda mais do passado presente.

Pior que no meio de tantos causos, nós não nos demos conta da hora, que tínhamos ficado conversando até as 14 horas, e nem dos riscos por ficar tanto tempo expostas no sol. Resultado, hoje estou completamente ardida, pareço um pimentão e meu corpo doí... Pior que isso somente a dor emocional... 

Pelo visto, meu problema (ou melhor, minha saudade) não irá se curar saindo, pois hoje eu ainda acordei acompanhado pela saudade. O que fiz ontem em nada alterou tudo aquilo que esta passando na minha cabeça. Confesso que a melhor parte desse encontro e que eu tive um ombro para desabafar... falei incansavelmente todos os últimos episódios que haviam acontecido na minha vida: o que se resumiu quase exclusivamente a explicar o porquê de ter terminado meu relacionamento. 

Foi bom,  eu finalmente conseguia reproduzir em voz alta tudo que ultimamente só passava em meu coração... Contei, recontei e tentei por em ordem uma gama de acontecimentos que interferiram muito no meu relacionamento. Foi bom falar, foi bom ouvir conselhos, foi bom...

As marcas que estão hoje fisicamente, ardência, vermelhidão e dor...  são parecidas com que passam no meu emocional. Ou seja, são resultados de escolhas ruins e decisões mau tomadas. Sei que as consequências dos meus atos ou omissos vão me marcar por um longo tempo: a física passará logo, em dias já estarei bem, mas a emocional tenho completa consciência que vai demorar bem mais...

Sabe, ao recontar as histórias ontem, eu atentei para um erro meu: por que deixei que isso chegasse a esse ponto? Por que de tantas coisas que me irritavam e me chateavam, eu aceitei calada? Por que não impus limites quando eles deveriam existir??? A Resposta veio rapidamente: porque eu não quis, então não é justo culpar exclusiva o outro por decisões que eu deveria ter tomado...

Tenho total consciência dos meus erros e que eles me sirvam de lição. Quem sabe assim, no próximo eu exerça maior domínio sobre as coisas... 





Web Statistics